Conheci os meus Mares... Ancorei-me para não me perder. Rosa-dos-ventos em mim tatuados, Litoral Português, Orvalhos no amanhecer. Plenitude nos Mares navegados, Farol num olhar marejado de verde, Lua cheia ao anoitecer. Encosta íngreme sem caminhos... Rumo como uma Orca pelos meus males.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Jardim de poemas... (os teus)
Num jardim de poemas… (os teus)
Aromas florais de sentimentos
Versejavam desejos meus
Nos versos em flor e gomos.
Brotava de amor a poesia
Em cada rosa em prosa encarnada
Florescendo a arte poética
No éden da terra fadada.
A partir da raiz nascem sonhos
Desenvolvem-se botões de poemas… (os teus)
E como beija-flor que somos
Bebemos do néctar de Deus.
A vida é a beleza duma flor-de-lótus
Germinada em água de rosas
Onde se renovam rebentos
Na imensidão floral dos poemas...
(0s teus).
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Virei uma página na minha vida
Virei uma página na minha vida
Não necessitando de a rasgar ou queimar
Virei-a como o tempo se vira
Na memória de nuvem cinzenta que paira no ar.
Quis o tempo amarelar as folhas escritas
Pelo escriba do meu destino de espiral torvelinho
Entre linhas que gelam ou bronzeiam letras
Foi poeta do meu tempo o Sol amarelinho.
E foi o meu destino marcado por odisseias e ventos
Rajadas que viram páginas à vida
Metamorfoses ao sujeito poético dos versos e desalentos.
E nas folhas lesadas pelo tempo de uso
Existem resistentes caracteres à leitura vã
Onde o sol amarela todo o verbo fusco.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Frase
----------
Eu erro!
Até quando faço contas à minha idade...
Quando o meu coração se apaixona de verdade,
Por uma vida que é um erro.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Mergulhei fundo nas palavras do Mar
Mergulhei fundo nas palavras do Mar
E acreditei sem grande ondulação no que ele me dizia
Sabia que nadava em Mar adverso à terra
E a desilusão não tardou embarcar-me na mentira.
Seria o Mar tão sobejamente calmo
Se pudesse nadar confiante até não ter mais pé
Na verdade rebentada em suaves ondas de maré
Da poesia que deu à costa, inscrita em areia verbete.
Nas ondas poéticas do Mar encapelado
Mergulhei sem medo no seu corpo enrolado
Porque fazia crer que Mar picado era calmo
E o meu corpo deu à costa, post-mortem, decomposto.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Prémio Sobrevivente ao Romantismo, PARA TI, blogueiro visitante! :)
Quem o recebe tem de obedecer a algumas regras:
2)linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação,
3)escolher outros blogs aquem entregar este Prémio.
:)*
Em mim gira o Sol...
Em mim gira o Sol…
Circunda-me a clareza dum dia!
Evolo-me na luz que me ocupa,
No calor que me habita,
No êxtase da paixão sentida.
Possuída por um brilho sôfrego
Volatilizei-me por segundos
Ao sentir-me ofuscada por um corpo
Ao prazer dum orgasmo de fogo.
Nunca mais senti a noite escura
E o sol que em mim gira trouxe a Lua
E tudo ficou mais claro na minha vida
Com a chama sempre acesa…
Dum amor translúcido que brilha.
Deitada sob um corpo cintilante
Deixo que me reluza nas entranhas do afecto
A cópula num ardente desejo
Onde o amor é astro rei, quente e sublime
E o Sol raia ternura, zelo e interesse.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Sophia de Mello Breyner - "Fundo do Mar"
Um poema que ADORO, sublime!!!
Fundo do mar
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I
Caminho
A maldade espelhada num rosto...
Testa árida como terra estéril e seca
Rosto duro e oval de pedra vulcânica
Olhos miúdos como dois peixes minúsculos num aquário
Lábios finos como a linha do horizonte que só se avista
Nariz de longo amanho no campo que dá mau fruto
Orelhas paralelamente intocáveis como o bem e o mal
Cabelo em ondas como vaga de tropel aflito
Um mundo de maldade espelhada num rosto…
O Diabo!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Busco o sonho...
Busco o sonho…
Onde as estrelas são caminhos de luz
E as nuvens são véus que cobrem tempestades nos céus.
E onde os olhos se fecham não havendo morte
E o chão que me pisa se some.
Busco o sonho…
Mas não posso confiar cegamente
No brilho feito duma estrela cadente.
Poiso nua numa das fases da Lua
Numa nudez que não me despe mas me faz sentir munida.
Busco o sonho…
Para além dum infinito que me limita
Quando o sol nasce para se pôr em minha honra.
Devolvendo ao universo do meu coração planetário
Um mundo novo que gira ao contrário.
Porque busco um sonho…
Ser um corpo celeste e sideral
Sobrenaturalmente apaixonado por outro sonho.
sábado, 17 de janeiro de 2009
WEST SIDE STORY - Amor sem barreiras
""West Side Story" parte do grande clássico shakespeariano "Romeu e Julieta", cuja agitada Verona é transposta para o contexto da rivalidade entre duas comunidades rivais dos bairros ocidentais da "Big Apple", os quais acolheram o fluxo de imigrantes que rumaram para os Estados Unidos à procura do "sonho americano".
"West Side Story" revolucionou o musical com a extraordinária partitura do grande compositor Leonard Bernstein e a genial coreografia de Jerôme Robbins, sendo até hoje considerado o maior sucesso da Broadway.""
Sinopse
Foi um espectáculo de sonho! Vozes fabulosas que chegam a comover e representações de excelente qualidade!
Estão todos de parabéns!
Destaco os protagonistas da história, Ricardo Soler (Tony) e Cátia Tavares (Maria),não esquecendo dois fabulosos artistas que eu tanto admiro: CARLOS QUINTAS e ANABELA.
ADOREI!!!
A nota musical: Amor
Senti-te!
Pela primeira vez na vida, eu senti-te!
Senti os teus dedos tocarem na minha harpa
De uma forma tocante e melodiosa.
Senti-me corda vibrante com o teu tanger
Libertando música de mim até compor e ler
As pautas pautadas no meu coração de sol e clave.
Senti-me!
Pela primeira vez na vida, eu senti-me!
Senti que de mim se soltavam corpos sonoros
Sons graves, agudos e até mudos
Quando a letra e a melodia unificaram-se em nós.
Senti o contacto dos nossos corpos
Tão nus e em versos…
Tão simbolicamente incorporados…
(O músico e o instrumento em pleno acto de amor.)
Senti-te!
Quando harpeaste em mim toques de veneração
E o amor foi nota musical no nosso coração.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Procurei para o mundo...
Procurei mudar a pele do mundo
A começar pelo seu aroma e pelo seu tom
Quis rejuvenescê-lo com giz novo
Dar um toque de piano ao seu som.
Procurei eliminar a cor pálida à sua tez
Banhando-lhe com águas de límpida fonte
Dividindo geometricamente os continentes
Toquei no mundo um novo acorde.
Procurei dar fertilidade a todas as terras
Fazendo com que chovessem chuvas de sementes
Dei alimento a bocas famintas de sémenes
E o mundo girou ao som de violas...
Procurei para o mundo… inúmeros consertos a solo.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Abraço... do nada nascem formas para tudo!
A noite abraça a cidade
Deleita-se com ela em lençol ocre
Numa junção de total entrega e posse
Num momento que perpetua a saudade.
Os rios abraçam os Mares
Pela noite que abraçou a cidade
Regaço aconchegante dum abraço
Regalo no leito do amante.
A cor abraça o incolor
E o Sol nasce para quem ama e é amado
E do nada nascem formas para tudo
Como um sentimento de arco-íris que nos impele ao abraço.
E a vida ganha outra cor: Claro sentido.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
domingo, 4 de janeiro de 2009
Abri caminho entre os mares...
Abri caminho entre os mares
Águas de ópio e dores
Separei-as por um fio de vida
Uma onda de fé e esperança viva.
Abri a fonte dos meus olhos
E alaguei os mares com os meus rios
Águas de despoluídas lágrimas
Choradas por amor aos oceanos.
Abri caminho pelos caminhos salgados
E na salina repousei os olhos vidrados
Avistei poluídos tormentos afogados
E o Mar foi salvo do pior acto dos humanos.
sábado, 3 de janeiro de 2009
O poeta não ama somente as palavras?
O poeta ensaia a sua melhor veia poética
Incessantemente, em busca da mais bela palavra
Dedica-a à musa num belo poema
E diz-lhe que a deseja e ama.
O poeta amará a musa inspiradora?
Escreve-lhe cartas de amor com fidedignas promessas
E diz ser sincero ao abrir o coração a ela
Mas o poeta não ama somente as palavras?
"O poeta é um fingidor"!
E por vezes infringe dor…
Mas a musa sente… que as palavras são levadas pelo vento...
E o que resta?
Apenas o desgosto em verso.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Sem medo
No meu íntimo fomentava-se o medo
Sem temor arremessei-o para um sorvedouro
Um abismo tão profundo como o receio
Libertando-me do sufoco dum pesadelo.
Perdi o medo e a mórbida fobia
E destemida embarquei na barca da vida
Naveguei por rotas sem rumo à terra
Sempre impávida e serena.
Por fim, encontrei o meu caminho
Um destino chistoso e marejado
Aportei-me ao sabor do vento do alento
Vivendo de costa em encosta sem medo.
Sem medo… caminhei firme sobre o meu mundo.