Nas portas do infinito
Soltei a essência da minha pele
Entreguei o corpo para presente
Troquei as últimas palavras com a morte
Não ficou nada por dizer
Nada de novo a acrescentar na sina
Nem sombra que me siga
Enterraram o corpo que já não habito
Num dia de eterna noite
Obrigada a esquecer quem fui no passado
Obrigada a esquecer quem sem querer abandonei e amo
Foi a morte quem mais me matou
Resta-me vaguear pelos céus à procura da memória
Perdi os rostos de quem sinto ser meu
Esqueci para não sofrer e isso é o que mais me agonia
Dizem que um dia reencarnarei
Quando aceitar que a morte é prolongamento da vida
E a vida é um aprendizado que eleva a índole
Continuo vazia… onde jazem as vidas que já vivi?